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- A Arquitetura do Sucesso - Como ter mais produtividade e fazer boa administração do tempo? Parte II
Postado Por : Unknown
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
A Arquitetura do Sucesso – Como ter mais
produtividade e fazer boa administração do tempo? Parte I
Autor:
Jorge Augusto Govoni de Lacerda.
CRP
08/16.801 Paraná
Vamos
direto ao assunto: quais os segredos para ter mais produtividade e fazer boa
administração dos horários em um mundo em que temos cada vez menos tempo?
4) DESENVOLVER HABILIDADE DE ASSERTIVIDADE
Primeiramente, peço que responda honestamente
essas perguntas, a você mesmo:
- Você esta cansado, desgastado e com ódio de algum familiar, colega de trabalho, amigo ou mesmo companhia amorosa, a quem não consegue dizer não?
- Você esta farto de ter que aumentar o tom da sua voz ou ser grosseiro para ser ouvido?
- Você esta cheio de ficar calado diante situações absurdas que lhe vitimam?
Se as respostas são sim para uma ou mais perguntas, é bem provável que você precise
desenvolver sua Habilidade de Assertividade.
Situações como as descritas acima drenam sua
energia, tomam seu tempo de forma inútil e minam completamente sua produtividade
(a provável consequência comportamental para aqueles com dificuldades em
habilidade de assertividade é acabarem estressados e reagindo emocionalmente
por demais!)
Segundo a Psicóloga Ana Paula Varella Ferreira,
do blog Terapia em Pauta, “assertividade é uma habilidade social que envolve a expressão
direta de necessidades, sentimentos, opiniões e preferências, sem sentimentos
de culpa, medo e ansiedade e sem que haja hostilidade para com o interlocutor”.
Para esclarecer mais: uma pessoa pode ser
considerada assertiva quando se permite agir de acordo com seus próprios
interesses, se afirma perante os outros sem constrangimento, expressa seus
desejos e defende seus direitos, sem agredir, desconsiderar e desrespeitar os
direitos dos outros.
Algumas pessoas consideram estarem sendo
“Assertivas”, quando na verdade estão sendo Agressivas e/ou Dissimuladas. Sabe
aquela pessoa que diz que é “apenas sincera”, e é extremamente ofensiva?
Vejamos o quadro abaixo, o “Triângulo de
Assertividade” que faz distinções importantes:
Para ser breve, uma pessoa pode ter
comportamentos considerados Passivos
quando:
·
Permite-se
agir em desacordo com seus próprios interesses
·
Não
se afirma perante os outros sem constrangimento
·
Não
expressa seus desejos
·
Não
defende seus direitos
E uma pessoa tem comportamentos considerados Agressivos quando:
·
Agride
e/ou é ofensiva
·
Desconsidera
interesses dos outros
·
Impõe
seus desejos
·
Desrespeita
os direitos dos outros
Não permita que Passivos (engolidores de sapo) ou Agressivos atrasem
os cronogramas dos seus compromissos. Aplique a eles a lição da
assertividade. Um conceito que pode traduzir uma fórmula da assertividade para
fácil aplicação é a ideia de “Ser
Silenciosamente Eficiente”. O psicólogo Wayne Dyer relata muitas histórias
que exemplificam tal proposta em seu livro “Não se deixe manipular pelos
outros”.
A idéia central de Ser Silenciosamente
Eficiente é que tanto pessoas com comportamentos agressivos, quanto pessoas com comportamentos
passivos estão tentando controlar o comportamento dos outros, usando para isso
excessos e déficits comportamentais. Algo inadmissível para as pessoas
assertivas, que não jogam lixo nos outros, nem deixam que os outros joguem lixo
nelas.
Se você tentar explicar ou convencer essas
pessoas que usam excessos e déficits comportamentais para tentar controlar seu
comportamento, além de estar caindo no jogo sujo delas, vai jogar fora seu
tempo, deixar de produzir e distanciar-se da prosperidade: simplesmente não discuta ou explique suas decisões ou mudanças
comportamentais.
Deixe aqueles que têm
comportamentos agressivos serem escandalosamente eficientes, e aqueles que têm
comportamentos passivos serem silenciosamente ineficientes: releve-os e foque-se em você e em
o que pode fazer por você.
E atenção, para
lidar com os excessos daqueles que tem comportamento agressivo, ou lidar com os
deficits daqueles que tem comportamento passivo, não leve pelo lado pessoal:
tenha misericórdia pela pessoa, que abre mão do poder dela e o entrega para
outros de bandeja.
Você pode ter que gritar para conseguir a
atenção de alguém sendo agressivo, ou pode ter que ser demasiadamente polido
para desarmar alguém tendo comportamentos passivos, não existe uma regra, pois
cada situação é uma, você deve calibrar – por exemplo, a medida de
assertividade com alguém tendo comportamento agressivo é, possivelmente, um
tanto quanto uma pitada de agressividade adicional.
Por fim, é importante que conheça o ditado
chinês que diz algo parecido com isso: “Se
alguém lhe xinga, não esta lhe ofendendo. Esta apenas dizendo palavras
ofensivas. O poder de se ofender é seu”. Não abra mão de seu poder: não
abra mão de ser silenciosamente eficiente. Não seja reativo, como a pessoa se
comportando agressivamente ou passivamente – seja proativo, tome a iniciativa e
saia ileso (com tempo de sobra pra você).
5) COMUNICAR MELHOR:
META ENTENDIMENTO E ESCUTA ATIVA
Quando foi a ultima vez que você teve uma
discussão que se estendeu por horas, por um motivo muito bobo? Quantos dias
você já perdeu antes de conseguir fazer alguma coisa importante, porque você e
uma dada pessoa não entendiam um o desejo do outro?
Os seres-humanos, desde seu nascimento,
aprendem uma série de comportamentos que garantem sua sobrevivência e,
posteriormente sua reprodução.
Geralmente, em média aos dois anos, os
seres-humanos começam a desenvolver a fala, e através da observação - ou seja, cópia de seus cuidadores - aprende
palavras da língua nativa destes. A partir de então, é impossível dizer o quanto alguém realmente compreende o significado de uma palavra e, por
consequência, é impossível dizer o quanto alguém realmente compreende a experiência
ou fato que tal palavra se relata.
O complexo nessa questão “significado” é uma questão que a Psicanálise adora: “significante não é significado”. Esse
quebra cabeça que os Psicanálistas enigmáticos adoram é um fenômeno psicológico
“comum”, mas que afeta a qualidade da comunicação humana, sendo a explicação de
porque ocorrem tantos mal entendidos em relações interpessoais.
Explico o que querem dizer meus enigmáticos
colegas: por exemplo, a palavra “compromisso”. Todos sabem o significado desta
palavra, mas vamos recorrer ao Aurélio. Compromisso:
s.m. Ato pelo qual litigantes se
sujeitam a acatar a decisão de um terceiro: preferir um compromisso a um
processo. / Obrigação; promessa mais ou menos solene. / Acordo.
O que os psicanalistas
querem dizer quando afirmam que “significante não é significado” (aplicado ao meu exemplo), é que as pessoas diferem em como discriminam às palavras, fatos ou experiências
ou discriminam diferentes palavras, fatos ou experiências como significativas
para elas (significantes, se preferir ser mais psicanalítico).
Vou dar um exemplo: Joãozinho e Mariazinha
sabem objetivamente que eles tem um “compromisso”, mas subjetivamente, é bem possível
que eles tenham diferentes meta níveis de compreensão quanto a importância das
palavras, fatos ou experiências relacionadas ao que é “compromisso”. Resumindo,
subjetivamente, Joãozinho provavelmente entende “compromisso” como uma coisa
bem diferente do que entende Mariazinha.
Vamos dizer que para Joãozinho, “compromisso”
seja chegar adiantado 10 minutos, prestar atenção exclusivamente as requisições
de Mariazinha e permanecer por 2 horas em companhia de Mariazinha. Porém, para
Mariazinha, “compromisso” é chegar 10 minutos atrasada, resolver outras coisas
no celular enquanto interage com Joãozinho e permanecer por 1h em companhia de
Joãozinho.
Muitos mal entendidos, atritos em
relacionamento e diferenças reais entre pessoas costumam surgir da falta de
compreensão, ou seja...
O segredo
para meta-entender é aprofundar sua discriminação de meta-níveis de compreensão. O verdadeiro significado de algo para uma pessoa esta escondido em um quebra-cabeças daquilo tudo que é significante para dada pessoa, e talvez apenas para a dada pessoa.
No meu exemplo, se Joãozinho acusa Mariazinha de ser “descompromissada”,
Mariazinha poderia perguntar para Joãozinho, visando aprofundar como ela e como
Joãozinho discriminam a situação: “Joãozinho, o que é compromisso para você? O
que significa ser compromissado? Como uma pessoa deve se comportar para ser
considerada compromissada por você?”
Mariazinha então descobriria que os fatos que
são significantes para Joãozinho em referência a “compromisso”, e assim
discriminados, são pontualidade (chegar adiantado 10 minutos), exigência de
dedicação de atenção exclusiva e não abreviar o tempo de convivência.
Deste modo, Mariazinha estaria mais apta a
evitar e resolver conflitos com Joãozinho, pois discriminaria o que é
significativo para Joãozinho quando o assunto for “compromissos”.
Escuta Ativa
A Escuta Ativa é uma ferramenta utilizada por
Psicoterapeutas para aprofundar os meta-níveis de compreensão sobre a queixa ou
solicitação do cliente, e assim discriminar suas reais necessidades. O
terapeuta consegue visualizar o mundo privado do cliente e entender como se
enreda sua queixa, para então, ajuda-lo.
A essência da técnica é simples. Consiste em repetir a sentença que o cliente disse,
em tom de pergunta, visando: 1) confirmar com o cliente se disse o que disse
mesmo; 2) checar logicamente se compreendeu o que o cliente disse e 3)
transmitir ao cliente o sentimento de acolhimento e dedicação, através da
atenção dirigida, e assim construir com o cliente uma aliança;
A mesma técnica funciona com ótimos resultados
no cotidiano. Mudam apenas os atores sociais.
Quando em dúvida se
compreendeu o que lhe foi falado, repita o que a pessoa lhe disse, em tom de
pergunta, para: 1)
confirmar com o(a) outro(a) se disse o que disse mesmo; 2) checar logicamente
se compreendeu o que o(a) outro(a) disse e 3) transmitir ao outro(a) o
sentimento de acolhimento e dedicação, através da atenção dirigida, e assim
construir com a pessoa uma aliança;
Aliada ao uso da discriminação dos meta-níveis
de entendimento sobre a realidade, é uma ferramenta poderosa para ter mais
produtividade e fazer melhor administração do tempo. Muitos conflitos que
tomariam Horas podem começar a se resolver em minutos quando você usa bem as
duas técnicas combinadas.
6) INVISTA EM VOCÊ
Sucesso pode ser ostentar bens materiais ou
impressionar aos outros.
Em termos materiais, recomendo fazer todo mês
um orçamento (dividido por áreas de investimento) para fazer investimentos estratégicos
que possam tornar sua vida mais cômoda ou lhe render mais dinheiro.
Assim, sucesso
é possivelmente algo muito pessoal e até intangível caso você não investigue
seus sonhos, propósitos, metas, objetivos, valores, limites, regras,
expectativas, pontos fracos e meta níveis de compreensão. Se conheça, para
saber aonde você precisa melhorar. Saber o que você precisa melhorar.
Só assim você saberá como fazer para tornar
melhor.
Cuidado com a ‘Síndrome do Gato de Botas da Alice no País das Maravilhas’: “Pra
quem não sabe aonde ir, qualquer lugar serve“.
Um abraço a todos!
Jorge Augusto Govoni de Lacerda, Psicólogo
CRP 08/16.801